Parlamentares vão a Rollemberg pedir aumento para a Polícia Civil
Numa
reunião com a participação de deputados distritais e federais, sindicatos e a
equipe da governança, o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) reabriu hoje
(24/08) o diálogo sobre as reivindicações salariais da Polícia Civil. Foi um
encontro expressivo, inédito no atual governo pela representatividade política.
Rollemberg expôs mais uma vez as dificuldades financeiras a ponto de precisar
anunciar o parcelamento de salários de servidores públicos que ganham acima de
R$ 7,5 mil, mas reconheceu como justa a demanda de policiais civis. Segundo relato de deputados, o governador considerou os
números que indicam que a categoria foi a que menos reajustes recebeu nos
últimos anos e, por isso, teve o poder aquisitivo corroído pela inflação.
Não
houve uma proposta concreta. Rollemberg ressaltou que antes da aprovação do
projeto que cria a previdência complementar do funcionalismo público, em
discussão na Câmara Legislativa, será impossível pensar em qualquer despesa
extra. Mas um grupo de trabalho vai analisar a recomposição do orçamento da
Polícia Civil.Dados apresentados pelo deputado
Wasny de Roure (PT) revelam que a participação da categoria nos gastos do Fundo
Constitucional caiu muito, enquanto o montante destinado às outras forças de
segurança cresceu.
Rollemberg
também ressaltou que existem ainda questões em análise no Tribunal de Contas da
União (TCU) sobre recursos que estão sendo retidos irregularmente pela União. É
o caso do superavit do Fundo Constitucional que ao longo dos anos tem retornado
ao tesouro federal de forma irregular. “Me
propus a pedir uma audiência com o presidente (Michel) Temer acompanhado das
bancadas federal e distrital para solicitar a liberação desses recursos. Isso
permitiria apresentar uma proposta no futuro”, disse o governador ao Correio.
Um momento
de reconciliação pegou todos de surpresa. Ex-diretor-geral da Polícia Civil, o
deputado Laerte Bessa (PR-DF) propôs uma trégua nos embates com o governador,
em nome de uma parceria para uma solução à crise na Polícia Civil. Bessa e
Rollemberg travam uma disputa judicial depois que o deputado chamou o
governador de maconheiro e usou outros adjetivos pesados. Na reunião, Bessa
pediu desculpas e Rollemberg aceitou. “Falei
pra ele que a Polícia Civil está pedindo socorro e que estou disposto a dar uma
trégua para ajudar a buscar recursos para o DF”, afirma Bessa. “Saí animado da
reunião. Acredito que houve uma boa sinalização por parte do governador”,
acrescentou o deputado.
Wasny de
Roure também elogiou. “Foi um momento de maturidade política do deputado Laerte
Bessa e do governador”, avaliou o petista. “Uma
reunião tão expressiva só poderia ocorrer pelo peso político da Polícia Civil”,
afirmou o petista. O diretor-geral da Polícia Civil, Eric Seba,
também saiu animado da reunião. “O governador demonstrou que está sensível
diante da reivindicação da Polícia Civil”, acredita.
O deputado Cláudio Abrantes
(sem partido) também
ficou
desapontado. “Esperávamos uma proposta concreta. Os policiais civis não
aguentam mais esperar. Mas não vamos desistir”, disse o distrital que rompeu
com o governo pela suspensão das negociações. Até a deputada Celina Leão (PPS),
adversária de Rollemberg, esteve na reunião, no Palácio do Buriti.
Fonte.
CB
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