A reforma política é dos Políticos! NÃO atende os anseios dos Brasileiros.
9 de agosto de 2017
CÂMARA TENTA VOTAR REFORMA POLÍTICA MAIS UMA VEZ.
EM VEZ DE CORRIGIR AS
FALHAS DE REPRESENTAÇÃO, AS PRINCIPAIS IDEIAS EM DEBATE SÃO A APROVAÇÃO DO
DISTRITÃO E DO FUNDO DE FINANCIAMENTO PÚBLICO DE CAMPANHA.
Confusão na
Câmara: proposta de reforma política visa manter os mesmos congressistas no
poder (Wilson Dias/Agência Brasil)
A Câmara dos
Deputados faz mais uma tentativa de votar a reforma política nesta
quarta-feira. Passada a denúncia contra o presidente Michel Temer, o foco dos
parlamentares agora é garantir as condições para sua própria reeleição em 2018.
Em vez de pensar a melhor forma de corrigir as falhas de representação, as
ideias principais em debate são a aprovação do distritão – sistema em que serão
eleitos os deputados federais mais votados em cada estados, favorecendo os
nomes reconhecidos e com mandato – e do fundo de financiamento público de
campanha, em substituição às doações empresariais.
A discussão
estava marcada para ontem na comissão especial que discute a reforma eleitoral,
mas havia discordância entre os partidos sobre o texto final do relatório do
deputado federal Vicente Cândido (PT-SP). Entre as propostas que suscitam
dúvidas estão a extinção das figuras de vice-presidente, vice-governadores e
vice-prefeitos, os valores que vão compor o fundo de financiamento de
campanhas, que podem passar dos 3,5 bilhões de reais, e a instauração da
cláusula de barreira, que deve limitar o número de partidos representados na
Câmara.
Na noite de
ontem, um jantar foi realizado na casa do presidente do Senado, Eunício
Oliveira (PMDB-CE), para acertar os ponteiros. Estiveram presentes integrantes
do Senado e da Câmara para criar senso-comum com relação às propostas. A ideia
é montar um entendimento para evitar que a reforma seja alterada por uma das
casas e necessite ser revisada pela outra. O presidente da comissão, deputado
Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), garante que a tramitação não sofrerá grandes
atrasos. Os parlamentares estão perdendo a paciência, pois as alterações
precisam estar equalizadas um ano antes das eleições marcadas para outubro de
2018.
Fato é que
as motivações do Congresso, de costas para o país, continuam
surpreendendo. A reforma política, que deveria ser usada para melhorar ineficaz
sistema político brasileiro, ganhou caráter completamente fisiológico e deve
ser acertada às pressas, como aconteceu com a reforma trabalhista. Há pouco
mais de um mês, a trabalhista foi aprovada pelo Senado mediante um ofício da
Presidência que prometia correções por meio de medidas provisórias. Até agora,
Temer não editou nenhuma delas. Uma reforma mambembe é tudo o que o Brasil não
precisa para limpar o país na próxima vez que for às urnas.
FONTE. EXAME
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