Governo quer economizar R$ 11 bi com adiamento de reajuste
Governo quer economizar R$ 11 bi com adiamento de
reajuste a servidores
Com as contas públicas em frangalhos (o rombo no primeiro semestre
chegou a R$ 56 milhões), o governo está raspando o tacho e tentando revisar uma
série de gastos. Segundo a secretária do Tesouro Nacional, Ana Paula Vescovi,
está em estudo a possibilidade de o Ministério do Planejamento adiar, de
janeiro para julho de 2018, o pagamento de mais uma parcela de reajuste aos
servidores públicos. Os cálculos iniciais apontam para uma economia de R$ 11
bilhões nesses seis meses de adiamento. O reajuste total no ano que vem passará
de R$ 22 bilhões.
“O que está em lista para ser estudado, dentro de um contexto de revisão
de despesas obrigatórias, é a prorrogação dos reajustes concedidos no ano
passado, visando um prazo maior de tempo, de quatro anos”, disse Ana Paula.
Isso quer dizer que, também a parcela de reajuste de 2019 poderá ser adiada. Os
acordos firmados com os servidores para aumento de salários vão de 2016 a 2019.
No total, os aumentos custarão mais de R$ 100 bilhões.
O governo sabe que será uma guerra convencer os servidores a esperarem
mais seis meses para receberem o que foi acertado com o Planejamento e aprovado
pelo Congresso. Mas tentará convencer as categorias contempladas com reajustes
que o momento é dramático para as contas públicas. Não há dinheiro sequer para
bancar serviços essenciais. O risco de apagão da máquina é real. O assunto será
tema de uma conversa entre os ministros do Planejamento, Dyogo Oliveira, e da
Fazenda, Henrique Meirelles, amanhã.
“O que pode se discutir, está se discutindo, é a postergação de um
reajuste aprovado em lei. Uma prorrogação em alguns meses, em algum período.
Existe uma hipótese sobre esse adiamento que pode vir a ser estudado nesses
termos. É algo que é possível de ser estudado dentro de um contexto de revisão
de despesas obrigatórias”, afirmou a secretária do Tesouro.
Muitos estão céticos. Assim como não enfrentou os servidores durante as
negociações salariais, temendo represálias, é difícil acreditar que o governo
fará isso agora, com o presidente Michel Temer superfragilizado, correndo o
risco de perder o mandato. As corporações são muito organizadas e têm forte
influência no Congresso, onde o peemedebista precisa acumular apoio para barrar
a denúncia contra ele de corrupção passiva feita pela Procuradoria-Geral da
República.
Pelos movimentos iniciais, os servidores criarão muita dificuldade para
aceitar a proposta do governo. Na verdade, em vez de adiar o recebimento dos
reajustes, eles estão pedindo mais aumento. O carreirão, por exemplo, que reúne
a base do funcionalismo, está pedindo equiparação com a elite do serviço
público. O carreirão fechou acordo para aumento de 10,8% em dois anos, 2016 e
2017. Eles querem elevar esse ganho para pelo menos 27,8%, com mais dois anos
de reajustes, até 2016. Essa fatura pode custar até R$ 16 bilhões ao governo.
Fonte.
Blog. do Vicente.
Publicado em 26/07/2017 - 15:13 Nunes Economia
Hamilton Ferrari E Rosana Hessel.
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