DF deve seguir impedido de contratar e dar reajuste até 2017, diz Rollemberg
Relatório sai no fim do mês, mas expectativa é de estourar limites da LRF. Desde 2015, GDF aumentou impostos, cortou cargos e adiou aumentos.
Mateus Rodrigues Do G1 DF
O governo do Distrito
Federal deve seguir impedido de contratar novos servidores e dar reajuste
salarial ao funcionalismo público, pelo menos, até o fim deste ano. A
informação foi adiantada aoG1 pelo governador Rodrigo Rollemberg na
noite desta quarta-feira (21). Segundo ele, os esforços não foram suficientes
para voltar aos limites da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
"É bem possível que
sim. Hoje, a expectativa é que a gente continue acima do limite
prudencial", declarou o governador. O relatório de gestão fiscal, com
análise do período entre setembro de 2015 e agosto desse ano, deve ser
divulgado na próxima semana.
Se a previsão for
confirmada, o governo do DF completará dois anos sob restrições. Durante todo
esse período, o Palácio do Buriti ultrapassou o teto de gastos com pessoal
previsto pela LRF. As "medidas de austeridade" adotadas desde 2015
incluíram corte de secretarias, redução de cargos comissionados, aumento de
impostos e reajuste nas tarifas de ônibus e do Metrô.
Ao descumprir a limitação da
LRF, o governo fica impedido de contratar funcionários, conceder aumentos,
criar cargo de qualquer natureza, alterar carreiras aumentando a despesa ou
contratar horas extras fora da área de Saúde pelos próximos 120 dias.
Sem limites
Em agosto de 2015, o governo
do DF atingiu o pico de comprometimento dos gastos, usando 51% de toda a
receita corrente líquida para pagar salários. A LRF estabelece um percentual de
alerta (45%), um limite prudencial (46,55%) e um limite máximo (49%).
Se o máximo for ultrapassado
por dois relatórios seguidos (oito meses), o governo fica impedido de receber
transferências e pegar empréstimos. O governo conseguiu se enquadrar no limite
prudencial nos quatro meses seguintes, "desligando" a contagem
regressiva.
O cálculo da LRF não leva em
conta o Fundo Constitucional, que a União repassa ao GDF para cobrir os
salários da segurança pública e alguns investimentos em saúde e educação. O
chefe da Casa Civil, Sérgio Sampaio, afirmou ao G1 em 2015 que a análise desses
gastos tornava o quadro "ainda mais crítico".
"Quando a gente fala em
atingir 50%, 51% da receita, a gente não está considerando os recursos advindos
do Fundo Constitucional. Se nós juntarmos a arrecadação própria com esse fundo,
estamos chegando próximo a 80% de comprometimento, o que é inédito em termos de
qualquer unidade da Federação", disse, à época.
Sem verba
Em agosto deste ano, Sampaio
afirmou que o GDF segue gastando 81% de tudo que entra no caixa para honrar
salários. Naquele momento, segundo ele, o Buriti identificava um rombo de R$ 1
bilhão para fechar o ano.
O montante não incluía,
segundo Sampaio, o possível impacto de reajustes aos servidores públicos. Em
2015, frente às limitações da LRF, Rollemberg suspendeu o pagamento de todos os
aumentos salariais que tinham sido negociados pelo ex-governador Agnelo
Queiroz, escalonados até 2018.
Naquele momento, o governo
anunciou que pagaria esses reajustes no início de 2016. Um ano depois, até a
noite desta quarta, o GDF não tinha anunciado data para honrar os reajustes
prometidos por Agnelo.
Fonte: http://g1.globo.com/distrito-federal/noticia/2016/09/df-deve-seguir-impedido-de-contratar-e-dar-reajuste-ate-2017-diz-rollemberg.html

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