Delegado dá voz de prisão a PMs em Taguatinga e clima fica tenso
Tudo teria começado após a prisão de um motorista embriagado. PMs acusam
delegado de chamá-los de “frouxos”. Delegacia foi cercada
Um novo embate entre a Polícia Civil e a Polícia Militar foi registrado
na madrugada desta terça-feira (27/2). Segundo informações preliminares, o
motivo da briga seria a prisão de um motorista embriagado. O caso foi
registrado na 12ª Delegacia de Polícia (Taguatinga), onde ocorreu toda a
confusão. A unidade da PCDF chegou a ser cercada por equipes da PM e o clima
ficou tenso.
O motorista embriagado se envolveu em um acidente em Vicente Pires. Ele
foi levado à delegacia pelos militares. O delgado plantonista Yuri Santana
de Brito Rocha teria pedido para que os PMs levassem o preso ao
hospital, já que ele estaria machucado. Os PMs, no entanto, teriam se recusaram
a recebê-lo de volta, alegando que a Polícia Civil havia recolhido o detido.
Diante da confusão, o delegado deu voz de prisão para a equipe da
PM. De acordo com os militares, Yuri Rocha teria falado
que eles eram “frouxos”. Dois oficiais compareceram à unidade e
também receberam voz de prisão. Viaturas da Patamo, da Rotam e do batalhão da
área foram ao local para apoiar os colegas. O delegado, por sua vez, teria
dito que pediria reforço à Divisão de Operações Especiais (DOE) da
Polícia Civil.
Segundo o Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) registrado na
DP, a equipe de plantão verificou que o preso apresentava uma
lesão na coxa esquerda. Os agentes teriam informado ao comandante da
guarnição, o sargento Clênio Gonçalves de Souza, que o conduzido precisava
de atendimento médico e pediram que o detido fosse levado ao hospital. O
sargento, de acordo com a PCDF, teria dito que não atenderia a solicitação,
pois o preso poderia se autolesionar no cubículo da viatura e não iria
colocá-lo no banco traseiro.
A partir dessa hora, o clima começou a esquentar. De acordo com TCO, o
delegado teria sido avisado da situação e reforçado o pedido.
“Desrespeitosamente, (o sargento) sorriu dando as costas para a autoridade
policial sem que o mesmo terminasse a conversa, momento em que o Dr. Yuri deu
voz de prisão” destaca um trecho da ocorrência.
Acompanhado de outros militares
que discordavam da atitude do delegado, o sargento Souza teria se recusado
a assinar o termo circunstanciado por desacato. Os oficiais defenderam que
se o sargento fosse autuado, seria crime militar e, assim, ele deveria ficar
sob a custódia da PMDF e a lavratura do Termo Circunstanciado seria efetuada na
Corregedoria da corporação. Eles também
teriam ameaçado levar o delegado para a unidade militar.
“Após este fato, se fez presente a esta delegacia 12 viaturas
da PMDF estacionadas no pátio com os rotolights acionados e pelo menos 50
militares, sendo que alguns deles exibiam armamento de grosso calibre”, narra à
ocorrência.
Os militares seguiram para a Corregedoria, onde esperam a presença
do delegado plantonista. O preso foi levado ao hospital por uma viatura do
Corpo de Bombeiros.
Foi arbitrada uma fiança de R$ 1 mil para o motorista embriagado.
O veículo dele foi liberado a um condutor habilitado. O resultado do
teste do etilômetro apontou concentração de álcool igual a 0,80 mg/l, acima dos
0,33 mg/l considerados crime.
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