A MORTE DA POLÍCIA




Constantemente ouvimos sobre a morte de policiais, mas hoje, pretendo tratar sobre a "morte das polícias", instituição vital à sobrevivência da sociedade e que vem sendo assassinada por seus dirigentes políticos.

Pode até parecer estranho, mas diariamente as instituições policiais estão entrando em colapso com afalência múltipla de suas atividades e vegetam, respirando por aparelhos, em uma maca largada no corredor da irresponsabilidade dos gestores públicos.



Diferentemente da empresa privada que pode pedir concordata e recomeçar seu processo judicial de recuperação, a polícia como instituição pública é obrigada a fingir que funciona para que seus dirigentes políticos não sejam desmascarados em sua ineficiência.


Basta investigarmos um pouco, para constatarmos que ninguém está preocupado com o correto e ideal funcionamento das polícias. Ela está entregue à própria sorte sobrevive da esmola de orçamentos insuficientes, favores da comunidade (QSA) e até de policiais idealistas que colocam investimentos próprios diários para fazer a coisa acontecer.


Poder Legislativo não promove uma ampla discussão sobre as reformas dos códigos e não se debruçam sobre os sistemas de justiça criminal vigente, complicando o processo decisório do patrulheiro lá na ponta da linha.

Poder Executivo, sequer se move no sentido de verificar as condições orçamentárias, estruturais e humanas de seus leiais policiais, forçando-os ao cumprimento de jornadas desumanas violando-os em seus direitos fundamentais como pessoa humana, sempre sobre a sórdida afirmação dogmática que o que deve prevalecer é a supremacia do interesse público. 

Sob esta alegação, produzem escalas ilegais, movimentação irracionais de seus efetivos, punem violentamente seus servidores e os conduzem a um beco sem saída onde lá encontram o esgotamento financeiro, moral, intelectual, físico e emocional.

Poder Judiciário, corrompido, desconectado da realidade social, reprodutor de injustiça e mais amigo da criminalidade do que da polícia, perdeu totalmente seu papel como poder independente e aliou-se aos demais poderes para compor o sistema de destruição da estabilidade, do bem estar social e das instituições morais. Rendeu-se ao vil metal.

E assim ...

Polícia Federal presa politicamente, Polícia Civil sucateada e incapaz de investigar, Polícia Científica sem técnica nenhuma e desprovida de aparelhamentos, Polícia Militar sobrecarregada e incapaz de prover com eficiência e preservação da ordem pública, Polícia Municipal em um limbo jurídico tentando sobreviver ao descaso e ignorância dos gestores locais, sem falar nas condições dos Agentes Penitenciários e de Escoltas, que padecem reféns do associado do Estado, o crime organizado.  



Como um Leviatã, impiedoso e cruel o Estado destrói a polícia diariamente.

Um caos total!

Em meio aos desastrosos empregos das Forças Armadas, Força Nacional de Segurança, Fuzileiros Navais e de promessas temporárias, vazias e sem nenhum resultado à curto prazo, as polícias vivem de tombo em tombo um grande estelionato político, que se vale de cortinas de fumaças, para distrair o acuado cidadão que a cada dia morre junto com seus protetores policiais.  


A polícia está morrendo, sem salário, dignidade institucional, recursos humanos e materiais, prestígio e como órgão dependente e subordinado ao corpo diretivo do Estado, sozinha não conseguirá sobreviver caso o mesmo não pare de violentá-la.

A polícia precisa viver para que a sociedade também consiga se manter em pé. Urge aos governantes entender que sem a estabilidade social, não há possibilidade de governança. Sem polícia não há sociedade que progrida e não haverá a tão almeja "Ordem e Progresso".


A polícia precisa viver, pois é a última coisa que se coloca entre a barbárie e a beligerância. 

Fonte.
Ciências policiais em foco.

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