Sem água, racionamento no DF pode aumentar para dois dias

 A falta de chuvas e a diminuição dos níveis dos reservatórios fazem com que aumente a possibilidade de o racionamento ser revisto no Distrito Federal. Governo pede a colaboração do brasiliense para a redução no consumo
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Barbara Cabral/Esp. CB/D.A PressO restaurante de Luciene Suares, no Varjão, tem uma caixa-d'água de 500 litros, mas falta para lavar a louça e os banheiros do estabelecimento

Com a diminuição da oferta de água para distribuir à população, o racionamento tem chance de ser ampliado. Hoje, a interrupção do fornecimento de água dura um dia, com 48 horas de estabilização. Se o corte for ampliado, os moradores ficarão dois dias com a torneira seca e o mesmo tempo para ter o sistema completamente restabelecido. Para evitar o endurecimento da medida (leia Para Saber Mais), são necessários três pontos: a redução no consumo, o aumento da afluência dos reservatórios e a colaboração dos produtores rurais.


“A água não está chegando como deveria nos reservatórios não só por causa da seca, mas também pelos outros usos da bacia. Precisamos de uma união total de todos”, destaca o presidente da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb), Maurício Luduvice. Outras medidas também têm sido tomadas, como o rodízio nas cidades abastecidas por córregos. Por causa da vazão nos rios, a Caesb faz cortes sucessivos nas regiões norte e sul da cidade, como Planaltina, Sobradinho 1 e 2, Mestre D’Armas, Vale do Amanhecer e Brazlândia.

Luduvice explica que, no Rio Pipiripau, principal manancial da parte norte do DF, a Caesb não tem conseguido captar mais do que 200 litros por segundo, mesmo com outorga para a retirada de 400 litros. “Com isso, somos obrigados a fazer rodízio para não prejudicar ainda mais a população. Nesses casos, os moradores reclamam, mas é fundamental que eles tenham uma caixa-d’água”, esclarece.


Para poupar o principal reservatório do Distrito Federal, o Descoberto, a Caesb aumentou a transferência do sistema Santa Maria/Torto para algumas áreas antes abastecidas pelo primeiro. A medida começou em agosto por Guará 1 e 2 e foi ampliada, gradualmente, esta semana para as regiões da Expansão do Guará, da Colônia Agrícola Águas Claras e do Setor Habitacional Lucio Costa. “Parte da água fica no sistema Santa Maria, e o restante é transferido para o Descoberto”, explica o presidente da Caesb.

Ontem, o Descoberto registrou o menor índice hídrico da história, de 12,1%, e o Santa Maria/Torto estava em 26,3%. A previsão é de que a curva do Descoberto chegue a 9% até 31 de outubro, mas a queda diária e a escassez de chuva são preocupantes. “Esperamos que a chuva ainda caia em outubro. Mesmo assim, é fundamental que as pessoas entendam a gravidade e a situação delicada que estamos vivendo”, ressalta Luduvice.

Consequências

Antes, a Caesb poderia captar 3,8 metros cúbicos de água do Sistema Descoberto, mas, com a redução do nível de água, a Adasa diminuiu a autorização para 3,1m³. A alternativa da Caesb são as novas captações, como a do subsistema de captação do Lago Paranoá, que começou com um volume inicial de 0,4 m³ para ser aumentado até 0,7m³. A estrutura abastecerá Lago Norte, Paranoá, Itapoã e Taquari, atualmente assistidas pelo reservatório de Santa Maria.

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