Não há prazo para pagar reajuste de servidores do GDF, diz Rollemberg

Em entrevista ao G1, governador quer equilíbrio fiscal e acesso a educação até concluir mandato.



O governo do Distrito Federal não tem previsão sobre quando deve pagar a terceira e última parcela do reajuste prometido a 32 categorias de servidores públicos. Em entrevista ao G1, o governador Rodrigo Rollemberg disse que a escolha por não cravar uma nova data é para evitar ter de voltar atrás depois. Em 2015, ele tinha garantido que os aumentos seriam liberados em outubro deste ano. Os reajustes previstos vão de 3,5% do salário (para servidores da Educação) até 22,21% (para dentistas).
Não queremos fixar data para não acontecer o que aconteceu, que nós prevíamos pagar esse reajuste em outubro [deste ano] e as condições econômicas do país não permitiram. Como estamos vivendo um período de muita instabilidade econômica, a gente prefere esperar para, em um momento adequado, quando a cidade e economia voltarem a crescer, a gente poder fazer o pagamento do reajuste”, disse Rollemberg.
Ele diz que tem “convicção de que é muito melhor para o servidor ter garantia do recebimento do salário em dia do que ter aumento que [o governo] já não vai conseguir pagar no primeiro mês”. Prometido para 2017, o pagamento dos reajustes retroativos também fica suspenso por tempo indeterminado.
O chefe do Executivo reconhece que a medida é impopular e traz prejuízo político, mas repetiu que não quer ficar marcado como a pessoa que “quebrou Brasília”. “Claro que tem impacto político, mas tenho muita responsabilidade com essa cidade. Quero ser conhecido como o governador que reequilibrou as contas do DF”, disse.
"Claro que tem impacto político, mas tenho muita responsabilidade com essa cidade. Quero ser conhecido como o governador que reequilibrou as contas do DF"
Rodrigo Rollemberg, governador, sobre a negativa de reajuste a servidores
Ele atribuiu parte da atual situação financeira do GDF à queda de cerca de R$ 1 bilhão em repasses vindos do governo federal. Como soluções para aumentar a arrecadação, ele anunciou novamente a intenção de realizar um novo programa de refinanciamento de dívidas (Refis) e vender terrenos da Terracap. Aumentos de impostos estão descartados, disse Rollemberg.
Perto da metade do mandato, Rollemberg disse que nos próximos dois anos pretende alcançar metas como a garantia do equilíbrio fiscal, contratação de 2 mil professores e acesso universal à educação para crianças entre 4 e 5 anos. Ele mencionou projetos como a expansão do Hospital da Criança e investimentos em regiões como Sol Nascente, Buritizinho e Vicente Pires.
Como legado, Rollemberg disse ao G1 que quer ser conhecido como “o governador que foi responsável, transparente e que permitiu uma melhoria da qualidade de vida” no DF. Mesmo sendo alvo de pedidos de impeachment, o governador descartou a possibilidade de renunciar. “Não tem cabimento algum. Temos uma administração feita completamente dentro da lei. O objetivo [dos pedidos de impeachment] é criar factoides políticos.”

Por Gabriel Luiz da equipe do G1 DF

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