Comerciantes vivem insegurança com onda de arrombamentos em Santa Maria


Alguns dos estabelecimentos, inclusive, ficam a poucos metros da 33ª Delegacia de Policia. O prejuízo é grande, mas não é maior do que o medo dos proprietários



Comerciantes se sentem inseguros em Santa Maria. Os lojistas da CL 214 estão assustados com a frequência em que arrombamentos têm ocorrido na região nos últimos meses. Alguns dos estabelecimentos, inclusive, ficam a poucos metros da 33ª Delegacia de Policia. O prejuízo é grande, mas não é maior do que o medo dos proprietários.

A dona de uma das farmácias da área, Lucrécia Santos, 62 anos, afirma que várias invasões aconteceram em um espaço curto de tempo. “No dia 14 deste mês furtaram uma pizzaria. No dia 15 foi uma hamburgueria, 17 foi a minha farmácia, e três dias depois a pizzaria foi roubada novamente. No dia 20 tentaram, mas não conseguiram assaltar uma loja de itens diversos. Seis dias depois, furtaram a farmácia de novo”, lista.

Lucrécia contou que todos os comerciantes registraram ocorrência. Mas, até agora, ninguém foi preso. “Falta segurança. Não tem policial suficiente para agir e investigar”, desabafa.

Já o proprietário de uma clínica de estética e fisioterapia Sergio Ricardo, 46, disse que teve um prejuízo de quase R$ 50 mil. “Além de terem roubado a minha loja, ainda picharam e bagunçaram tudo. Foram R$ 8 mil de perdas com o que estragou e R$ 40 mil para os itens roubados”, destaca. Ele acredita que os criminosos são da própria região de Santa Maria.

Sergio comenta que chegou a contratar um vigilante particular para assegurar a segurança de seus funcionários e clientes durante o dia. “À noite eu entrego nas mãos de Deus. Não tem como saber se eu vou chegar no outro dia de manhã para abrir a loja e encontrá-la arrombada”, lamenta.

O servidor Marcelo Soares, 56, relembrou o terror vivido por seu filho, dono de uma lan house. “Assaltaram a loja dele em plena luz do dia, às 15h. Renderam os clientes e até apontaram arma para uma criança”, revela. O servidor também acredita que os criminosos são da região. “Alguns deles, inclusive, frequentavam a lan house”, complementa.

O prejuízo de Adenelson da Costa Santos, 41, também foi grande. “Tive uma perda de R$ 20 mil no meu restaurante durante um assalto a mão armada. Levaram TVs, eletrodomésticos, dinheiro…”, relata. Depois disso, o comerciante decidiu retirar todas as televisões de seu estabelecimento para evitar mais roubos. “Tudo que a gente quer é mais policiamento”, completa.

Delegado destaca sensação de impunidade

De acordo com o delegado-chefe da 33ª DP, Rodrigo Telho, todas as ocorrências estão sendo investigadas. “Lamentamos essa situação. Mas esses tipos de crimes são complicados, já que fica mais difícil reconhecer os autores”, admite. Segundo ele, furtos e roubos a pedestres são os delitos mais comuns na região.

O delegado também destaca a sensação de impunidade dos criminosos . “Muitas vezes a gente consegue prender os autores. Mas dias depois eles são soltos em audiência de custódia, já que o furto é um crime sem violência. Eles próprios têm noção disso”, observa.

Entretanto, Telho argumenta que a onda de crimes já foi maior. “Se compararmos com o mesmo período do ano passado, o número de furtos registrados em fevereiro foi menor em 2018”, argumenta.

Fonte: JBr. /Matheus Venzi


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