Policiais e professores formam metade da nova Câmara Legislativa do DF
Dezesseis categorias profissionais formarão a próxima legislatura, com
peso maior para a segurança pública e a educação. Entre distritais, federais,
senadores e suplentes, homens e brancos são maioria entre os eleitos no
Distrito Federal
postado
em 12/11/2018 06:15 / atualizado em 12/11/2018 09:25
A nova
Câmara Legislativa será representada por pelo menos 16 categorias
profissionais. Um quarto dela será ocupada por integrantes das forças de
segurança. Foram eleitos seis deputados distritais vindos da Polícia Civil,
militares dos Bombeiros e da Aeronáutica — o dobro da atual gestão. Os futuros
parlamentares se elegeram com apoio das corporações e apoiados em pautas como o
combate à violência e, segundo especialistas, caso consigam se unir, formarão a
bancada mais forte da Casa.
O meio
educacional também dobrou de tamanho e terá forte representatividade na próxima
legislatura, com seis professores eleitos, sendo dois da rede pública. Mas o
diálogo pode não ser tão fácil, pois o grupo divide-se entre tendências de
direita, esquerda e centro, com visões diferentes sobre tópicos polêmicos, como
o Escola Sem Partido. O terceiro maior conjunto será o do empresariado, com
três nomes, que prometeram em campanha levar ao Legislativo local pautas
voltadas ao incentivo ao empreendedorismo. Na atual formação da Câmara, a
maioria dos distritais declararam ser empresários — no total, seis.
O
crescimento na quantidade de professores e membros de forças de segurança pode
estar relacionado à descrença dessas categorias com o governo de Rodrigo
Rollemberg (PSB), segundo o professor de ciências políticas da Universidade
Católica de Brasília (UCB) Creomar de Souza. “Os grupos perceberam a
necessidade de representatividade no poder para lutar em defesa de seus
interesses; com isso, lançaram diversos nomes na busca pelo pleito”, explica.
O especialista
avalia que os concorrentes aproveitaram o interesse da população em relação às
pautas representadas por esses segmentos profissionais. “A sociedade se
mostrava preocupada com temas como a segurança pública e a educação, e os
candidatos aproveitaram isso para relacionar seus nomes a essas áreas, fazer
promessas e garimpar votos”, explica. Exemplo disso é a votação do delegado
Fernando Fernandes (Pros), que chefiava a 19ª DP (Ceilândia Norte) e recebeu
29.420 votos. Além dele, fazem parte do grupo da segurança os policiais civis
Reginaldo Sardinha (Avante) e Cláudio Abrantes (PDT), o militar da Aeronáutica
Iolando (PSC), o bombeiro Roosevelt Vilela (PSB) e o PM Hermeto (PHS).
Mesmo de corporações diferentes,
há uma possibilidade de os distritais eleitos se converterem em uma bancada,
pois cinco deles farão parte da base de Ibaneis Rocha — apenas Roosevelt, do
PSB de Rollemberg, afirmou que terá postura independente na Câmara. “Ainda não
dá para afirmar se eles farão alianças ou não, ainda mais por serem novos nomes
na política. Mas há mais chances de uma coesão formada pela segurança do que
pela educação, setor em que os distritais têm um discurso que diverge”, analisa
Creomar.
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