NOVO COMANDANTE GERAL TOMA POSSE

Novo comandante da PM diz que quer mais policiais nas ruas do DF
Florisvaldo César ocupava chefia do Departamento Operacional da PM.

Formado pela Escola Superior de Guerra, coronel está na PM há 24 anos.

Luciana Amaral Do G1 DF

Novo comandante geral da PM, coronel Florisvaldo César (à direita) passa em revista à tropa acompanhado do antigo chefe da corporação, coronel Anderson Moura. (Foto: Luciana Amaral/G1)
Novo comandante geral da PM, coronel Florisvaldo César (à direita) passa em revista à tropa acompanhado do antigo chefe da corporação, coronel Anderson Moura. (Foto: Luciana Amaral/G1)
O governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, empossou nesta quarta-feira (7) o novo comandante da Polícia Militar, o coronel Florisvaldo Ferreira César. A cerimônia de transmissão do cargo ocorreu na Academia da PM, no Setor Policial Sul, nesta manhã.
Florisvaldo César assume o lugar do coronel Anderson Carlos de Castro Moura, que ocupou a direção da corporação em dezembro de 2013. Moura foi o quinto e último comandante da Polícia Militar do DF durante o governo de Agnelo Queiroz.
O coronel afirmou que uma das prioridades como comandante é colocar mais policiais nas ruas da capital federal. “Nós temos um novo modelo que vamos implementar. Vamos construir o ‘Pacto pela Vida no DF’, uma construção que vai ser feita junto à Secretaria de Segurança Pública com foco na comunidade, no cidadão, para levar a polícia para o cidadão”, disse. “Nesses primeiros dias estamos fazendo justamente essas adequações para melhorar e maximizar o número de policiais nas ruas do DF.”
O comandante afirmou que 750 policiais militares que estão atualmente em formação vão para as ruas em abril. “Com toda a alegria, vamos entregar esses policiais à comunidade para o trabalho exclusivamente nas ruas do DF. Nenhum policial ficará na função administrativa”, disse.
Perfil

O coronel César, 44 anos, é formado em política e estratégia pela Escola Superior de Guerra e se tornou bacharel em segurança pública pela Academia de Polícia Militar do DF. Tem também pós-graduação pela Universidade de Brasília (UnB) em Direito Internacional em Conflitos Armados. Na polícia desde 1990, César ocupava a chefia do Departamento Operacional da PM.

Durante discurso na solenidade, o governador Rodrigo Rollemberg afirmou que acredita no trabalho realizado pela Polícia Militar e que pretende dialogar com a corporação para melhorar as condições de trabalho e serviço.


Como o senhor encara o desafio de comandar uma tropa tão grande? 
São dois aspectos que precisamos cuidar muito: o administrativo e o operacional. Estamos em uma nova gestão, com novos desafios. Na parte operacional, sinto-me confortável, pois foi o que vivi todos esses anos. Sei como operar a polícia. Temos plano estratégico que vai até 2022, com metas e ações desenvolvidas.

Qual é a recomendação que o senhor recebeu do governador?
Desenvolver o Pacto pela Vida. Não existem soluções prontas. Se fosse assim, estaria tudo tranquilo. Em Pernambuco e em outros estados, foram experiências bem-sucedidas. Precisamos buscar esses estudos para aplicar no DF, de acordo com as nossas necessidades e realidades.
 
Como trabalhar uma categoria sabendo que não há uma perspectiva de aumento salarial?
É preciso ter um diálogo muito franco com os policiais. Saímos de um processo de negociação de reajuste conduzido pelo comandante anterior. Estamos ainda pagando esse cronograma de reajuste. Temos reajuste do governo federal em março.
 
A volta da operação tartaruga preocupa o senhor? 
A polícia vem hoje em um processo grande de amadurecimento. Estamos em um momento sólido dentro da corporação, de muita tranquilidade, com diálogo aberto. Qualquer movimento nesse sentido nasce pela falta de diálogo, pela falta de franqueza. Os nossos policiais são bem informados e sabem o momento que o governo está passando.

Como fazer para diminuir os crimes e aumentar a sensação de segurança da população?
 Temos de aproximar o policial da comunidade. O que é mais importante? É a comunidade. Vamos levar esse modelo de polícia comunitária a todo o DF. Por mais que se fale em investir em tecnologia, a população quer ver o policial. Essa é a prioridade. Sabemos que é impossível colocar um policial em cada quadra, mas é perfeitamente possível colocar os policiais para serem vistos.
Isso se faz com mais

policiais nas ruas? 
A gente sempre tem de ter cuidado ao falar que vai tirar do administrativo. A maioria que está nessa área tem problemas e, por isso, não pode estar nas ruas. E eu preciso de uma estrutura no administrativo. Os que podem ficar no operacional, ficarão, mas com muito critério e estudo. Nós não podemos pensar dentro de uma caixa, temos que dar soluções diferentes.

E os postos comunitários?
Os postos foram pensados de forma errada e, hoje, temos problemas. Se fosse só tê-los para resolver os problemas, estaríamos tranquilos. É preciso estabelecer com a sociedade como agir naquela área. Em todas as comunidades onde se discutiu, chegou a um acordo de melhor uso dos postos. Esse é o desafio. Também estamos avaliando usá-los por outros órgãos.

É possível a integração entre as polícias Civil e Militar?
Nós temos um processo de trabalhar com as polícias integradas. Uma conversa que temos é definir o papel de cada um dentro da prestação de serviço, pois a minha preocupação sempre será com o cidadão. Quando se está na rua, não se quer saber se é militar ou civil. Então, a definição do papel no dia a dia é diferente.

O coronel Suamy Santana foi exonerado depois do processo para a compra de capas de chuva. Era necessário?
Não estava no país naquela época e não posso avaliar se foi certo ou errado.

Outra polêmica foi o processo licitatório para compra do papa-cone. Há necessidade dessa compra?
Todos os processos de licitação são delicados e obedecem a uma legislação que, na maioria das vezes, não é conduzida por um policial especializado. Não questiono se é valor de mercado ou não. O que busco trazer é uma equipe especializada em licitação, em contratos públicos. Hoje, precisa (do papa-cone). Agora, qual é o adequado e quanto custa, não sei falar. Isso vamos discutir.


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